O ano ficou velho

A família reunida saudava em uníssono o ano novo.

_ Feliz Ano Novo!

O pai ergue a taça de champanhe e brinda:

_ Ao concurso público que o meu filho mais novo vai prestar e se preparar.

O ano ficou velho.

Presente Esquecido

Ganhou tantos presentes de Natal da irmã que Franklin esqueceu de retribuir. Se desculpou dizendo que estava em depressão. Foi perdoado.

Contando a verdade

Inspirado em uma crônica do Arnaldo Jabor publicada no O Globo esta semana.

O menino provoca o coleguinha mais novo tentando destruir a ilusão de que ele nasceu da intervenção divina.
_ Não foi o Papai do Céu quem colocou uma sementinha na barriga da sua mãe. Ela ficou nua para o seu pai e ele encaixou o pênis dele nela.

_ Não ficou.

_ Ficou sim.

_ Não ficou.

Os amigos saíram no tapa. Depois de um tempo, o menino mais novo insistiu.

_ Minha mãe não ficou nua.

Impaciente e cansado da briga, o mais velho concordou:

_ Está bem. Ela não ficou nua se você prefere assim.

_ E não ficou mesmo. Quando o meu pai penetrou na minha mãe ela usava um vestido de alcinha florido, mas sem calcinha. Vou trazer a roupa e te mostrar a mancha de esperma.

Papai Noel chegando e a tradição voltando

No último sábado tivemos a chegada do Papai Noel no Maracanã. A Globo fez uma campanha grande na semana que antecedeu o evento. Pensei que ela ia transmitir, como fazia nos anos 80, retomando uma tradição que marcou a minha infância, quando eu assistia sempre com a minha mãe, algumas vezes chegando de um passeio no centro da cidade. Mas não houve transmissão especial.

A chegada original aconteceu por uns trinta anos até 1990. Em 91 morreu o senhor que se vestia de Papai Noel, o governo estadual ficou de má vontade e a tradição acabou. Em 2005 tentaram retomar na Praça da Apoteose, mas este ano o governador Sérgio Cabral, que provavelmente também viveu a emoção na sua infância, retomou o evento e vendeu pra Globo, que ajudou na organização, mas preferiu não transmitir na íntegra.

Apenas o RJTV mostrou em flash a chegada propriamente dita, no mesmo helicóptero de pára-brisa côncavo do passado. Pelo menos fui poupado de shows de Kelly Key, Daniel e MC Leozinho. Naquela época tínhamos shows melhores como os do Trem da Alegria, Baby Consuelo e Xuxa, que continua na ativa e foi a mestre de cerimônia deste ano, mesmo depois do susto que passou com o incêndio em sua casa na madrugada. Pelo menos a tradição está voltando. Basta ter a ajuda da Globo.

Resenha - Leila Diniz

Terminei hoje de ler a biografia da Leila Diniz, escrita pelo jornalista d'O Globo, Joaquim Ferreira dos Santos. Leitura ótima, me prendeu a atenção do início ao fim. A saudosa atriz e bailarina tinha as suas qualidades morais: era uma ótima pessoa, adorava crianças, foi professora de jardim de infância, era linda e ousada. Mas a maior parte da sua vida foi narrada com muito sexo, drogas e álcool. Só melhorou no final, prestes a contar a história da sua trágica morte. Mas fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa. Não de detalhes do acidente, mas de algum depoimento de sua filha Janaína, que cresceu sem lembranças da mãe.

Amor incestuoso

Frank e Fernanda nutriam um amor tão fraternal entre eles que o filho que tiveram nasceu com defeito genético e os conhecidos os acusaram de incesto.

007 - Quantum of Solace

Já está em cartaz nos cinemas o novo filme do agente James Bond: 007 - Quantum of Solace.

Segundo o texto de divulgação, em seu 22º filme, o mulherengo James Bond (Daniel Craig) está desiludido pela traição da única mulher que se permitiu amar: Vesper, morta em 007 Cassino Royale. Mesmo diante dessa desfeita, Bond encontra forças para ir em busca da verdade e, com sua chefe M. (Judi Dench), interroga o sr. White (Jesper Christensen). De acordo com suas revelações, a organização que chantageou Vesper é muito mais complexa e perigosa do que podem imaginar. Durante as investigações, o serviço de inteligência descobre um traidor ligado a uma conta bancária suspeita no Haiti, colocando Bond e a linda e vingativa Camille (Olga Kurylenko) lado a lado no caso.

Clique na foto para ver o trailer

Obama

Barack Obama é o novo Presidente dos Estados Unidos. Ótimo. Parabéns pra ele. Se ele é o primeiro governante negro do país mais influente do mundo o seu lugar na história já está garantido. Eu estava torcendo por um presidente democrata para corrigir as bobagens do presidente Bush. Só que a imprensa foi muito parcial ao apoiá-lo só por causa da sua cor. Se ele fosse branco não teria esse oba-oba(ma) todo. Que Obama faça um ótimo governo. Independente da sua cor.

Ford Focus

Se na hora de atualizar e expor seus veículos a Ford e outras montadoras brasileiras (com exceção das japonesas Honda e Toyota) ficam comendo mosca, pelo menos na publicidade ela agrada. Achei simpático e interessante o comercial do Novo Focus. Simpático pela música Happy Together, da banda The Turtles, cantada em coro por todos os funcionários da Ford, desde o projetista tendo a idéia no chuveiro até os vendedores da concessionária, passando antes pelo piloto de testes. E interessante por mostrar, exatamente, o processo de desenvolvimento de um automóvel: da concepção à venda. A criação é da JW Thompson.

Meu destino é pecar...

Eu sei que não é muito correto comentar um livro do Nelson Rodrigues, autor que já morreu há quase trinta anos e cuja obra objeto deste comentário tenha sido publicada há uns cinqüenta anos. Mas vou comentar assim mesmo. O romance Meu Destino é Pecar prometia ser uma boa história no primeiro capítulo. Mas se tornou bastante arrastada, com vários clichês do escritor, a partir do segundo. Só melhorou a partir do trigésimo-quinto (são 39). O final também agrada, tanto pelo clímax quanto pelo desfecho.

Ana Cristina Cesar

Li o Idéias & Livros do Jornal do Brasil de ontem e descobri a poeta e tradutora Ana Cristina Cesar. Não a conhecia. Tampouco me identifiquei com o seu estilo literário. Mas me sensibilizei com a maneira de como ela morreu: suicidou-se ao se jogar do prédio onde morava com os pais. Tinha a minha idade. Há vinte e cinco anos.

Lançamento

Hoje tirei o dia para inventar blogs. Depois do Simplesmente Guscar criei agora o Curto e Cultural, que é a versão mais rápida e pessoal do Tudo Cultural. Aqui vou publicar microcontos, microcrônicas, microdicas e microresenhas. Tudo em no máximo vinte linhas (se a minha imaginação deixar). Sejam bem-vindos.